Odacy Amorim (PT) e Lucas Ramos (PSB), criticam a proposta de privatização da Eletrobras anunciada, nesta semana, pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho.
Os deputados Odacy Amorim (PT) e Lucas Ramos (PSB) voltaram à tribuna, nesta quarta (23), para criticar a proposta
“A privatização da Eletrobras, um dos mais novos retrocessos anunciados pela agenda golpista, será um crime contra a soberania nacional, contra a segurança energética do País e contra o povo brasileiro, que terá uma conta de luz mais alta”, disse o petista, reproduzindo a nota da ex-presidente. Ainda no documento lido pelo parlamentar, Dilma Rousseff defendeu a política de redução de tarifas promovida por sua gestão, a qual é apontada pelo atual Governo como uma das causas de problemas financeiros enfrentados pela companhia.
“Depois de a população pagar por 30 anos o investimento realizado para construir as usinas, por meio de suas contas de luz, diminuir as tarifas, cobrando só por sua operação e manutenção, é uma questão não apenas de contrato, mas de justiça e de honestidade”, leu o parlamentar, que pautará o tema na audiência pública que será promovida em Petrolina (Sertão), na próxima segunda (28). O debate será realizado pela Frente Parlamentar de Revitalização do Rio São Francisco e demais Rios.
“Não vamos assistir à tentativa de dilapidação do nosso patrimônio calados”, anunciou Ramos. Segundo o parlamentar, a venda dos ativos da estatal arrecadaria, caso aprovada, R$ 20 bilhões, valor que ainda seria insuficiente para cobrir um déficit estimado de R$ 59 bilhões. “Mesmo que ocorra a privatização, contra a qual nós vamos nos empenhar, ainda existiria um déficit de R$ 39 bilhões, que recairia nas costas da população”, lamentou.
Para o parlamentar, o governo Michel Temer deveria, ao contrário da proposta, investir no fortalecimento da empresa pública. “Entregá-la para a iniciativa privada é submeter nossa produção de energia à flutuação do mercado, que sempre visa o lucro”, acrescentou. Em apartes, Teresa Leitão (PT) e Zé Maurício (PP) também posicionaram-se contra a possível privatização. O progressista ainda anunciou a realização de uma audiência pública para debater o tema. O evento será promovido pelas comissões de Justiça, Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente no dia 4 de setembro.
Odacy Amorim e Lucas Ramos já haviam discursado, na Reunião Plenária da última terça (22), demonstrando preocupação com os efeitos da privatização no setor elétrico nordestino. Entre outras empresas, a estatal do setor de energia controla a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), que possui 12 hidrelétricas e mais de 20 mil quilômetros em linhas de transmissão no Nordeste. (Alepe)