Cargo de confiança da prefeitura de Petrolina foi preso acusado de participação no vazamento de dados de 223 milhões de brasileiros
A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (19) dois hackers suspeitos de participação no maior vazamento de dados do Brasil. Um deles foi encontrado em Uberlândia (MG), e o outro, em Petrolina (PE). De acordo com a investigação, Marcos Roberto Correia da Silva, de 24 anos, preso em Uberlândia, é conhecido como “Vandathegod” e é responsável pela divulgação de informações de 223 milhões de brasileiros (incluindo dados de falecidos).
O segundo hacker, Yuri Batista Novaes, conhecido como “JustBR”, foi preso em flagrante em Petrolina (PE) por posse ilegal de arma e, na casa dele, a Polícia Federal apreendeu 4 terabytes de dados, que agora serão periciados. De acordo com a investigação, Novaes teve participação na obtenção e divulgação de informações de 223 milhões de brasileiros. Yuri é cargo comissionado da prefeitura de Petrolina, veiculado a secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo.
Relembre o caso
A operação da Polícia Federal sobre o megavazamento, batizada de Deepwater, cumpre os seguintes mandados judiciais:
- Petrolina (PE): 4 mandados de busca e apreensão
- Uberlândia (MG): 1 mandado de busca e apreensão e 1 mandado de prisão preventiva
As ordens judiciais foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da PF. Em 28 de janeiro, a polícia recebeu pedido da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) para abrir a inquérito sobre o caso. A investigação é realizada pela Diretoria de Inteligência Policial da Polícia Federal. A suspeita é que autoridades públicas estejam entre os alvos dos criminosos.
No início deste ano, os investigadores identificaram que, no início deste ano, dados sigilosos de pessoas físicas e jurídicas foram disponibilizados em um fórum na internet. A página é especializada em troca de informações sobre atividades cibernéticas.
Nesse site, eram apresentadas informações de pessoas físicas e jurídicas, como CPF e CNPJ, nome completo e endereço. De acordo com a PF, a divulgação de parte dos dados sigilosos foi feita gratuitamente por um usuário do fórum que, ao mesmo tempo, expôs a venda o restante das informações sigilosas — elas poderiam ser adquiridas com criptomoedas.
Após diligências, a Polícia Federal identificou o hacker suspeito de obter, divulgar e comercializar os dados, assim como outro hacker que estaria vendendo os dados por meio suas redes sociais. Nesta sexta, os policiais apreenderam equipamentos eletrônicos, como dispositivos de armazenamento e um computador