Brasil acima de tudo ou Brasil atrás de todo o mundo: Negligência de Bolsonaro poderá custar seu Impeachment

Brasil acima de tudo, Deus acima de todos. Esse foi o slogan da campanha de Bolsonaro que lhe consagrou presidente do Brasil, mas parece que o marketing ficou apenas no papel. Mais de 50 países já começaram vacinar contra COVID-19, e o Brasil, que é segundo em mortes com mais de 207 mil, até agora não vacinou ninguém. O lema do governo na verdade está sendo “Brasil atrás de todo o mundo.

O presidente não assume sua posição de chefe maior da nação para assumir de fato os efeitos estrondosos que o novo Coranavirus vem causando ao país. Desde o início da pandemia do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vem minimizando a gravidade da covid-19 e passando à população mensagens que contradizem as orientações das autoridades de saúde. A BBC relembrou algumas frases de Bolsonaro sobre a covid-19

“Superdimensionado”

Em um de seus primeiros comentários públicos sobre a doença, o presidente disse que a imprensa exagerava sobre sua gravidade. “Tem a questão do coronavírus também que, no meu entender, está superdimensionado, o poder destruidor desse vírus”, disse o presidente em evento em Miami no dia 9 de março.

“Gripezinha”

Alguns dias depois, em um pronunciamento veiculado na televisão, no dia 24 de março, quando o país já registrava mais de 10 mortes pelo vírus, o presidente criticou o fechamento de escolas e comércios. Ele ainda comparou a contaminação por coronavírus a uma “gripezinha” ou “resfriadinho” e disse que, se ficasse doente, não sofreria.

“Vamos todos morrer um dia”

Bolsonaro se posiciona contra o isolamento social e dizia, nos primeiros meses da pandemia, que era preciso isolar apenas pessoas de saúde frágil.

No final de março, após um passeio que provocou aglomeração, o presidente disse: “Essa é uma realidade, o vírus tá aí. Vamos ter que enfrentá-lo, mas enfrentar como homem, porra. Não como um moleque. Vamos enfrentar o vírus com a realidade. É a vida. Tomos nós iremos morrer um dia.”

“E daí?”

No final de abril, o presidente foi perguntado por um repórter o que ele tinha a dizer sobre o recorde diário de mortes notificadas naquele dia. Ao que o presidente respondeu:

“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, disse, em referência ao seu nome, Jair Messias Bolsonaro.

”Cobre do seu governador”

No dia 10 de junho, enquanto conversava com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro mandou uma mulher que o questionava sobre o número de brasileiros mortos pela pandemia de covid-19 “cobrar do seu governador”.

E o Impeachment?

A jurista Deborah Duprat disse a RBA (Rede Brasil Atual) que considera que o contexto da pandemia, com o descontrole total do governo na condução da crise sanitária, econômica e social que se abate sobre o país, é o momento exato de analisar os pedidos de impeachment. “Esse período de pandemia, no que se refere ao presidente da Câmara dos Deputados, não impede a análise dos pedidos de impeachment. Muito pelo contrário, fortalece. Porque esse período vem mostrando que tudo aquilo que foi revelado sobre o aparelhamento do Estado e da incapacidade de o Estado funcionar (sob Bolsonaro) para cumprir suas missões constitucionais vem se revelando com força.”

Vale destacar que Jair Bolsonaro é acusado em 59 pedidos de impeachment que seguem pendentes, em análise pela presidência da Câmara dos Deputados. Bolsonaro perderá o mandato, claro que não, o presidente soube jogar e, se, por ventura, a câmara dos deputados abrir o processo de impeachment, os mais de 300 deputados aliados do governo vão impedir o andamento do processo.

Everaldo

Licenciado em Física pelo Instituto Federal do Sertão Pernambucano. Professor de matemática e física do Ensino fundamental e médio da rede estadual de Pernambuco. Jornalista registrado sob o número 6829/PE, o blogueiro Everaldo é casado com Amanda Scarpitta e pai de duas filhas lindas, Kassiane e Kauane. O foco principal do blog é informação com responsabilidade e coerência, doa a quem doer!

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