União Brasil, partido criado com a fusão de DEM e PSL ainda precisa do aval do TSE
A fusão de DEM e PSL pode ter sido uma surpresa em meio a um sistema político altamente fragmentado, com 33 partidos registrados no TSE. A fusão foi aprovada em convenção partidária conjunta do DEM e do PSL, em 6 de outubro deste ano. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda precisa aprovar a mudança.
DEM e PSL votaram praticamente igual em 86% das votações na Câmara. Segundo dados extraídos e analisados pelo g1, a criação da União Brasil não chega a surpreender se for levado em conta o comportamento dos parlamentares nas votações na Câmara dos Deputados. Em 86,4% das votações nominais da Casa, DEM e PSL votaram de forma muito semelhante.
Para o levantamento, foram analisados os votos dos deputados federais em todas as mais de 1.300 votações desde o início da legislatura, em fevereiro de 2019. As votações nominais são aquelas em que o voto de cada político é informado.
Durante a legislatura, inclusive, os votos de DEM e PSL ficaram mais alinhados. Em 2019, a taxa de convergência era de 62%. Em 2020, chegou a 98%; e, em 2021, 91,6%. Considerando todos os dados da legislatura (antes e depois do rompimento do PSL com o presidente Jair Bolsonaro e antes e depois da saída de Rodrigo Maia do DEM), o índice fica em 86,4%.
A União Brasil, nome do novo partido, que adotará o número 44 nas urnas a partir de 2022, passará a ter a maior bancada na Câmara, com 82 deputados. Serão ainda oito senadores, quatro governadores e 558 prefeitos.
Atualmente, dois ministros são filiados ao DEM: Tereza Cristina (Agricultura) e Onyx Lorenzoni (Trabalho). Porém, alguns filiados votaram contra a fusão e já avisaram que não vão integrar a nova sigla, em especial aqueles próximos a Jair Bolsonaro.