Supremo proíbe vaquejada no Ceará; prática foi considerada cruel
A proibição da vaquejada no Ceará pelo Supremo Tribunal Federal provocou debate e dividiu opiniões entre apoiadores e críticos da competição.
Só no estado são mais de 700 provas por ano. Quem defende a prática diz que ela faz parte da cultura e da economia da região.
“A vaquejada é algo que está na nossa cultura há mais de cem anos. Tem uma geração de empregos de algo em torno de 600 mil pessoas que dependem de certa forma da economia que a vaquejada movimenta”, disse Marcos Lima, da Associação Brasileira de Vaquejada.
Por seis votos a cinco, o Supremo Tribunal Federal julgou inconstitucional a lei do Ceará que regulamentava a vaquejada como prática esportiva e cultural.
Com a decisão do Supremo Tribunal Federal, a vaquejada passa a ser ilegal no Ceará. A decisão abre caminho para que a atividade também chegue ao fim no restante do país. O principal argumento dos ministros do STF é que a vaquejada é uma prática cruel para os animais.
A vaquejada é uma tradição em muitos estados do Nordeste e chega a reunir 60 mil pessoas por dia de prova.
Durante a competição, o boi é solto na pista e dois vaqueiros tentam dominar o animal pelo rabo. E ele tem que cair entre duas faixas demarcadas na pista.
“Eles levam choque elétrico para poder ir para a frente. Eles têm os chifres cortados para poder não furar os cavalos. Não se pode chamar isso de cultura nem de esporte, porque é uma crueldade”, disse Geuza Leitão, da União Internacional Protetora dos Animais
Para o Ministério Público Federal no Ceará, que deu início à ação, o desafio agora é impedir que as vaquejadas aconteçam de forma clandestina.
“A partir de agora, qualquer vaquejada é crime ambiental, e o aparato policial deve reprimir essa conduta, inclusive com prisões em flagrante”, explicou o procurador da República Alessander Sales. (Jornal Nacional)