Sem aliança, Miguel e Raquel beneficiam Anderson, Teresa e Danilo

A novidade mais aguardada nos últimos dias sobre a eleição deste ano desfez-se após a conversa que o pré-candidato a governador Miguel Coelho e a pré-candidata Raquel Lyra tiveram no Recife no dia 19, quando decidiram continuar separados no primeiro turno. O impasse se deu em torno da candidatura a governador. Tanto Miguel quanto Raquel desejam disputar o executivo.  Miguel alimentou a esperança de que Raquel fosse candidata ao senado mas ontem ela foi definitiva na sua decisão de pleitear o governo.

“Tivemos uma conversa importante e chegamos a um entendimento de que o melhor caminho para a mudança é o cenário de múltiplas candidaturas”, afirmou Miguel, acrescentando: “então seguiremos com nossa campanha consolidada e crescente”.  

Na verdade, em volta dos dois vinha-se analisando a questão de transferência de votos diante de uma união. Concluiu-se, do lado de Raquel, que, embora tanto ela quanto Miguel fossem capazes de transferir um para o outro os votos que têm no agreste e no sertão, na Região Metropolitana, onde espera-se que Raquel cresça cada vez mais, o voto é de opinião, sobretudo feminino e, portanto, intransferível. Se Raquel não fosse candidata o natural era Marília se beneficiar deles.

Este posicionamento dos dois pode ajudar o pré-candidato Anderson Ferreira que vem crescendo no campo bolsonarista e pode surpreender indo ao segundo turno. Raquel, embora tenha campo para crescer, sem Miguel fica com o tempo muito pequeno na televisão, 46 segundos, quando Miguel tem 2 minutos e 15 segundos, só perdendo para o pré-candidato do PSB, Danilo Cabral que tem 3 minutos. Outro candidato que pode se beneficiar também desta vez para o senado é Teresa Leitão, por ser a única mulher a disputar o cargo.

A tentativa de união entre Raquel e Miguel, na verdade, foi mais um desejo alimentado pelos oposicionistas preocupados em que, separadoseles acabem com votações inexpressivas e botem a perder o capital que acumularam como prefeitos eficientes e aprovados de forma expressiva. Os dois, porém, intramuros, sempre imaginaram que o outro ia acabar cedendo. Em nenhum momento, porém, isso ficou claro.

A última pesquisa em que Raquel assume uma expressiva dianteira para o senado alimentou as esperanças de Miguel de que ela finalmente aceitasse o cargo mas esqueceu que o maior obstáculo para um entendimento entre Raquel e Marília foi exatamente esse. A ex-prefeita achou que Marília ia querer ser a senadora de sua chapa mas Marília lançou-se candidata a governadora sem sequer falar com ela. Naquele momento ficou claro que Raquel tinha “chance zero de não ser candidata a governadora” – como disse a esse blog  dias o deputado federal Daniel Coelho.

Raquel está satisfeita com sua performance e acredita que vai chegar ao segundo turno pois é a única com chance de tirar votos de Marília ou ocupar espaços que naturalmente iriam para a candidata do Solidariedade. Ela sempre apostou no voto feminino e acha, segundo um assessor, que saindo, Marília tenderia a ter esses votos e não Miguel (se os dois viessem a se entender).

A sucessão está em aberto e a única novidade que poderia mudar o quadro era a junção das candidaturas de Raquel e Miguel. Agora é cada um por si e a Frente Popular, com a máquina a seu lado, é outra que se beneficia da decisão agora tomada. Danilo pode ser outro a se beneficiar.

Fonte: Blog Dellas

Everaldo

Licenciado em Física pelo Instituto Federal do Sertão Pernambucano e em Matemática, pela Faculdade Prominas - Montes Claros. Jornalista registrado sob o número 6829/PE, o blogueiro Everaldo é casado com a Pedagoga Amanda Scarpitta e pai de duas filhas, Kassiane e Kauane. O foco principal do blog é informação com responsabilidade e coerência, doa a quem doer!

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