CPI para apurar o assassinato da menina Beatriz gera discórdia entre deputados na Alepe

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as circunstâncias do assassinato da menina Beatriz Angélica Mota, de sete anos, foi defendida pelo deputado Romero Albuquerque (PP), em discurso na Reunião Plenária desta quarta (2). O crime ocorreu no município de Petrolina (Sertão do São Francisco), em 2015.  O pedido apresentado por ele conta com o apoio de 13 dos 17 parlamentares exigidos para a abertura do colegiado, que tem poder de investigação.

Segundo Albuquerque, o objetivo da CPI é contribuir com a apuração do episódio. “Não há intenção de partidarizar a discussão, como foi dito por algumas pessoas. Nem se trata de uma questão de Governo ou de Oposição, mas de justiça para uma família que teve a filha brutalmente assassinada”, argumentou, cobrando posicionamento por parte de deputados que não endossaram a iniciativa.

“Muito me surpreende ver colegas emitindo notas apontando que uma CPI atrapalharia o andamento do caso para justificar a própria omissão. Na verdade, a comissão tem o propósito de agregar com os trabalhos”, observou o parlamentar. “Também fui acusado de ser de extrema direita, o que não sou”, acrescentou.

Ele salientou ter consultado a mãe da menina, Lucinha Mota, sobre a necessidade da CPI. “Nós confiamos na atuação da SDS (Secretaria de Defesa Social) e da Polícia Civil. Até parabenizo todos os esforços de ambas as instituições. Mas há alguns pontos que a família gostaria de esclarecer e eu, como pai, propus esse caminho.”

APOIO – Clarissa Tércio manifestou-se favorável à abertura da comissão, afirmando haver “grande apelo popular” nesse sentido. Foto: Jarbas Araújo

Primeiro a apartear Albuquerque, o deputado João Paulo (PCdoB) não assinou o pedido, justificando a necessidade de “seguir orientações partidárias que, muitas vezes, extrapolam posturas individuais”. Já a deputada Teresa Leitão (PT) lembrou ter sido relatora da CPI das Faculdades Irregulares e integrante de outros colegiados do tipo. “Todas essas iniciativas vieram depois de audiências públicas. A deputada Dulci Amorim (PT) propôs uma discussão ampla, a qual espero que seja votada de imediato”, declarou. “Se o debate não der conta, vamos ao passo seguinte.”

A deputada Clarissa Tércio (PSC) manifestou-se favorável à abertura da comissão, afirmando haver “um grande apelo popular para que a CPI seja criada”. “Ainda não há previsão para a realização da audiência pública. Queremos dar voz a uma mãe que não aceitou que o caso da sua filha virasse poeira nas prateleiras”, disse.

Outro a apoiar a iniciativa foi o  deputado Joel da Harpa (PP). “Fico muito preocupado com a postura de colegas que não se posicionam. A CPI não é para dividir a Casa. Há perguntas que precisam ser feitas e esperamos que haja um entendimento”, complementou.

AUDIÊNCIA PÚBLICA – Para Dulci Amorim, é preciso seguir etapas: “Primeiro devemos debater, pois há perguntas a serem respondidas”. Foto: Jarbas Araújo

Por fim, Dulci Amorim, que é de Petrolina, ressaltou que, ainda em dezembro, quando houve a identificação do acusado de assassinar Beatriz, pediu para que a Alepe autorizasse a promoção de audiência pública sobre o caso. “Tenho acompanhado essa questão de perto, e o fato de não assinar o pedido de CPI é porque acredito que precisamos seguir etapas. Na minha opinião, primeiro devemos debater, pois há perguntas a serem respondidas”, finalizou.

Everaldo

Licenciado em Física pelo Instituto Federal do Sertão Pernambucano. Professor de matemática e física do Ensino fundamental e médio da rede estadual de Pernambuco. Jornalista registrado sob o número 6829/PE, o blogueiro Everaldo é casado com Amanda Scarpitta e pai de duas filhas lindas, Kassiane e Kauane. O foco principal do blog é informação com responsabilidade e coerência, doa a quem doer!

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