Ato público pede urgência para renovação do auxílio emergencial
Parlamentares e representantes da sociedade civil organizada defenderam, nesta quarta-feira (10), a continuidade do pagamento do auxílio emergencial à parcela mais vulnerável da população, especialmente atingida pela crise econômica decorrente da pandemia do coronavírus. Eles também reivindicaram a ampliação do Bolsa Família e a adoção de um programa permanente de renda para os mais pobres.
Em um ato público no Salão Verde da Câmara, membros da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Renda Básica salientaram que 27 milhões de brasileiros estão em situação de pobreza extrema e que a prioridade é a renovação do auxílio emergencial no valor de R$ 600. Os parlamentares lembraram os preços elevados de alimentos como arroz e carne, além da alta no valor do botijão de gás.
A frente reúne 214 parlamentares de 23 partidos. Alguns deputados reclamaram da prioridade da pauta do plenário da Câmara ao projeto de autonomia do Banco Central (PLP 19/19) e opinaram que a definição do auxílio emergencial é mais urgente. A coordenadora do grupo, deputada Tabata Amaral (PDT-SP), disse que desde o ano passado está sendo feito um trabalho para criar um consenso em torno de um projeto de renda básica.
“A gente está aqui hoje para pedir essa prorrogação, para que o auxílio faça uma transição para uma renda básica permanente, pra uma ampliação do Bolsa Família. Esse ato demonstra que essa não é uma política de um partido A,B, C ou D, que ela une parlamentares da esquerda à direita e também a sociedade”, afirmou.
Aumenta pressão de deputados por retomada do auxílio na pandemia
Aumento das desigualdades
Movimentos de apoio à população negra, centrais sindicais e entidades que representam estudantes participaram do ato público. Nos discursos, a constatação de que as desigualdades sociais foram aprofundadas durante a pandemia. Os manifestantes também defenderam a vacinação para todos os brasileiros. Para a coordenadora nacional do Movimento Negro Unificado (MNU), Ieda Leal, o esforço nacional da sociedade civil organizada é pela votação urgente da ajuda à população mais pobre.
“O auxílio emergencial de R$ 600 tem que voltar agora para casa das pessoas desse país, para que elas possam passar pela pandemia de forma mais digna”.
Orçamento
Em entrevista no início da semana, o líder do Governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), disse que a Comissão Mista de Orçamento é o espaço adequado para que se busquem fontes de recursos para um possível novo auxílio pago.
“Auxílio emergencial, ampliação do Bolsa Família e atendimento às famílias que precisam de um apoio do governo nesta hora da pandemia serão discutidos na Comissão de Orçamento porque não temos mais o ‘Orçamento de guerra’ e, portanto, os recursos têm que ser encontrados no orçamento, respeitado o teto de gastos”, explicou Barros.
Apresentação das demandas
A coordenadora da frente parlamentar, deputada Tabata Amaral, informou que o grupo pretende se reunir com os presidentes da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco, para levar as demandas divulgadas durante o ato público.
Fonte: Agência Câmara de Notícias