Assentamentos de Santa Maria da Boa Vista se destacam na produção de acerola e impulsionam economia regional em Pernambuco

Os assentamentos no município de Santa Maria da Boa Vista – localizado no Sertão do São Francisco, nas margens do rio São Francisco e distante cerca de 600 quilômetros da capital Recife -, estão se consolidando como um dos principais polos de produção de acerola de Pernambuco.

Com uma mega safra que chega a 75 mil quilos por dia, os agricultores familiares, assentados e acampados, além de comunidades ribeirinhas, celebram não apenas o sucesso da colheita, mas também o impacto positivo na economia local e na geração de emprego e renda para os jovens da região.

A produção, que enfrentou desafios climáticos ao longo do ano, segue em ritmo acelerado. Diariamente, cerca de quatro caminhões – cada um com capacidade para transportar 18 mil quilos de acerola -, escoam a fruta para pontos de comercialização no Estado e em outras áreas do Nordeste, bem como para outras regiões do Brasil. A cadeia produtiva da acerola tem se mostrado um exemplo de sucesso na agricultura familiar, impulsionada pela organização coletiva e a luta em defesa da Reforma Agrária.

Renda

Para a assentada Itamar de Sá Souza, beneficiária do assentamento Safra há 30 anos, a acerola tem papel importante na economia local. “”A acerola é uma planta bem fácil de cuidar e aqui no assentamento ela é muito importante pra gente. Ela ajuda a melhorar a renda e dá chance pros jovens de trabalhar e ganhar seu dinheiro. O lucro não é grande, mas ajuda bastante no sustento. A acerola cresce rápido, dá bastante fruta e não precisa de muito gasto pra cuidar. Pra nós, é uma bênção, porque ajuda a manter a família e ainda dá um ânimo pra seguir em frente”, explica.

Ronaldo Rodrigues, da direção estadual do MST, destaca que a produção da acerola vai além dos números expressivos. “A acerola impulsiona a economia da região e oferece oportunidades para os jovens, que conseguem uma renda melhor e são incentivados a permanecer no campo. Quando começa a safra, o comércio local se movimenta mais e o ânimo da juventude é outro. Isso, com certeza, ajuda a manter os jovens em casa”, afirma.

A participação dos jovens na força de trabalho do cultivo da fruta é um dos pontos altos do projeto. Com a geração de empregos e a melhoria na renda, muitos deles encontram motivação para continuar trabalhando na agricultura, contrariando o êxodo rural que historicamente afeta a região. Além disso, a produção fortalece a economia local, beneficiando pequenos comerciantes e toda a cadeia produtiva envolvida.

Os agricultores celebram os resultados e atribuem o sucesso à luta dos trabalhadores e à Reforma Agrária, que possibilitou o acesso à terra e a organização coletiva. “A produção de acerola é um exemplo de como a Reforma Agrária pode transformar vidas e gerar desenvolvimento sustentável”, comenta Ramiro Olivier, um dos agricultores do assentamento Safra.

Com a safra em pleno andamento, a expectativa é que a produção continue a crescer, consolidando a região do São Francisco como um dos principais polos de acerola do país. O sucesso da iniciativa reforça a importância da agricultura familiar e da luta por políticas públicas que garantam o acesso à terra e o desenvolvimento rural sustentável.