Sem valorização: Corredores de rua podem boicotar maratonas e enfraquecer os eventos

Observamos com preocupação o crescente descontentamento entre os corredores amadores de nossa região, em relação aos altos preços cobrados pelas inscrições nas corridas de rua. A paixão pela corrida transcende o mero desejo de competir. É um estilo de vida, uma busca por saúde e bem-estar que une comunidades inteiras.

No entanto, a disparidade é gritante entre os corredores de elite, que muitas vezes são patrocinados e têm seus kits fornecidos gratuitamente, e os corredores amadores, que precisam sacrificar parte de seu orçamento para participar das corridas.

O corredor amador é aquele que compra o kit por amor à corrida. Alguns deixam de comprar mantimentos para sua casa, para poder participar de eventos. Seu maior sonho é subir ao pódio, mas estão retirando as premiações para essa categoria, deixando o sonho morrer por falta de incentivos.

As maiores corridas da região não premiam para evitar custos. As corridas de Petrolina estão com preços superiores aos das capitais. Temos como exemplos a Maratona de Salvador, que ocorrerá no dia 22/09/2024, cujo primeiro lote estava por R$ 120,00.

O River Shopping está por R$ 188,00, a Corrida Rústica por R$ 148,00 e a Corrida do Sesc Petrolina por R$ 100,00.

Os grupos de corrida de nossa região não têm apoio dos poderes públicos. Eles não cobram mensalidade e estão aí para incentivar pessoas que querem uma qualidade de vida melhor e desejam se incorporar ao mundo do esporte. No entanto, muitos não são valorizados por conta dos altíssimos valores nas provas de corrida.

Aqui foram criados vários grupos de corrida, como Corredores do Vale PNZ, com 609 integrantes; Amigas Fitness; Minoritários; Salvatore Company; Raposas do Vale; Corredores de Elite; Correndo com Propósito, entre outros que estão surgindo.

A insatisfação é tanta que já ouvimos rumores de que possivelmente os grupos podem boicotar os eventos de corrida que não valorizam os corredores amadores da nossa região. Se isso acontecer, as inscrições vão minguar e os atletas de elite não terão com quem concorrer, podendo até não ter mais eventos para participarem.

Texto: Carlos Britto