Operação Mensageiro prende 15 prefeitos e agentes públicos por desvio de verbas públicas
A operação Mensageiro, que cumpre mandados contra políticos e servidores de prefeituras em diversas regiões de Santa Catarina, investiga um escândalo de corrupção envolvendo desvio de verbas públicas nas áreas de coleta de lixo e saneamento.
A investigação identificou que uma empresa catarinense foi responsável por pagar propina para agentes públicos no estado para ter acesso a licitações (veja detalhes abaixo).
Deflagrada em 6 de dezembro de 2022, a operação entrou para a 4ª fase nesta quinta-feira (27), com a prisão de oito prefeitos, além de outros agentes políticos e servidores municipais. Desde o início das ações, 15 chefes de executivo municipais já foram detidos.
Prefeitos presos em todas as fases:
- Deyvison Souza (MDB), de Pescaria Brava;
- Luiz Henrique Saliba (PP), de Papanduva;
- Antônio Rodrigues (PP), de Balneário Barra do Sul.
- Antônio Ceron (PSD), prefeito de Lages;
- Vicente Corrêa Costa (PL), de Capivari de Baixo;
- Marlon Neuber (PL), de Itapoá;
- Joares Ponticelli (PP), de Tubarão;
- Luiz Carlos Tamanini (MDB), de Corupá;
- Armindo Sesar Tassi, de Massaranduba;
- Adriano Poffo (MDB), de Ibirama;
- Adilson Lisczkovski, de Major Vieira
- Patrick Corrêa, de Imaruí.
- Luiz Divonsir Shimoguiri, de Três Barras
- Alfredo Cezar Dreher, de Bela Vista do Toldo
- Felipe Voigt, Schroeder
A nova fase corre em segredo de justiça, por determinação legal.
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) informou na manhã de quinta-feira que, desde a primeira fase da operação, foram cumpridos 196 mandados de busca e apreensão e 40 mandados de prisão preventiva.
O epicentro da investigação é a empresa Serrana Engenharia, que atua na área de engenharia sanitária e ambiental em Joinville, no Norte de Santa Catarina. Segundo a apuração, um empresário seria o responsável pela interlocução com agentes públicos para a negociação de propina.
Esse “mensageiro” não trabalharia mais na empresa há 10 anos, mas fazia o papel de interlocutor com os agentes públicos.
O que se sabe: Operação Mensageiro prende prefeitos em SC
O empresário entregaria dinheiro aos agentes públicos e também apresentaria aos políticos prévias de editais para licitações, com exigências que excluíram a chance de participação de outras concorrentes.
Em nota, o Grupo Serrana informou que, “em respeito ao sigilo judicial, todos os seus esclarecimentos e manifestações serão realizadas exclusivamente nos respectivos processos da Operação Mensageiro”.
As investigações são coordenadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e apontam que todos esse prefeitos são suspeitos de participarem no esquema criminoso, que envolve corrupção e lavagem de dinheiro nos processos de licitação da coleta de lixo em várias cidades catarinenses.
Ao todo, segundo o Gaeco, o esquema teria pago mais de R$ 100 milhões em propina. Já o lucro da empresa passaria dos R$ 430 milhões.
Fonte: G1 Santa Catarina