Lucas 12:2: PF usa texto bíblico e batiza operação contra militares ligados a Bolsonaro; ação investiga desvio de bens
A operação da PF desta sexta-feira (11), sobre uma suposta tentativa, capitaneada por militares ligados a Bolsonaro de vender ilegalmente presentes dados ao governo por delegações estrangeiras., foi batizada “Lucas 12:2” em alusão ao versículo da Bíblia que diz: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.
A operação tem o objetivo de esclarecer a atuação de associação criminosa constituída para a prática dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. Estão sendo cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, dois em Brasília/DF, um em São Paulo/SP e um em Niterói/RJ.
Detalhes das operações
Uma operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (11) cumpriu mandados de busca e apreensão para apurar a venda ilegal de joias dadas de presente por delegações internacionais ao governo federal durante o mandato de Jair Bolsonaro.
Além de Mauro Cid, ex-ajudante de Ordens de Bolsonaro, e seu pai, general Mauro Cesar Lorena Cid, foram alvos das investigações: o advogado Frederick Wassef, que já defendeu Bolsonaro e familiares dele em diversos processos na Justiça; e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e tenente do Exército Osmar Crivelatti.
Os investigados são suspeitos de utilizar a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior.
Os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.
Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
As ações ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação do que se convencionou chamar “milícias digitais” em tramitação perante o Supremo Tribunal Federal.
Fonte: g1 e PF