‘Golpes do PIX’: cuidado, você pode ser a próxima vítima; saiba como se proteger

São considerados “golpes do PIX” aqueles em que os criminosos coagem os usuários a realizarem uma ou mais transferências para uma conta de destino controlada por golpistas. Normalmente, o dinheiro da vítima passa por uma — ou várias — “contas-mula”, que servem para dividir e transferir os recursos, dificultando o rastreio por parte das instituições financeiras. De lá, chegam aos fraudadores ou são convertidos em ativos digitais.

Segundo o vice-presidente global de inteligência de pagamentos e soluções de risco da ACI Worldwide, Cleber Martins, parte do que explica o crescimento desse tipo de crime é a opção dos golpistas pelo uso da engenharia social — que é quando um criminoso usa influência ou persuasão para manipular a vítima a fornecer suas senhas ou realizar transferências.

Como a fraude acontece?

Segundo Cleber Martins, da ACI Worldwide, há dois principais caminhos para que as técnicas de engenharia social se tornem um golpe de sucesso.

São eles:

  • Convencimento — quando o criminoso tenta convencer a vítima de que aquele é um bom negócio ou que aquele pagamento precisa ser feito; e
  • Confiança herdada — quando o golpista clona WhatsApp de familiares ou amigos da vítima e pede dinheiro, por exemplo, ou se dedica a estabelecer algum vínculo de confiança com a vítima.

Quais as principais fraudes que acontecem no Brasil?

Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), as principais tentativas de golpes praticadas no país com uso do PIX como meio de pagamento são:

  • Golpe do falso funcionário de banco

Nesses casos, o fraudador entra em contato com a vítima e se passa por um falso funcionário de banco. Ele pode oferecer ajuda para que o cliente cadastre uma chave PIX ou afirmar que precisa fazer um teste para regularizar um suposto cadastro.

  • Golpe do falso recibo

Nesses casos, os fraudadores forjam um recibo do PIX em um aplicativo criminoso, utilizando de dados como conta bancária, destinatário e chave do sistema de pagamento que aparentam ser legítimos.

  •  Golpe do falso WhatsApp

Aqui, o criminoso envia uma mensagem pelo aplicativo de mensagens fingindo ser uma empresa em que a vítima tem cadastro. Nesses casos, os fraudadores solicitam o código de segurança, que já foi enviado por SMS pelo aplicativo, afirmando se tratar de uma atualização, manutenção ou confirmação de cadastro.

Uma vez com essa informação, os criminosos conseguem replicar a conta de WhatsApp da vítima em outro celular e passam a enviar mensagens para os contatos da pessoa, fazendo-se passar por ela e pedindo dinheiro emprestado via PIX.

  •  Golpe do falso leilão

Golpistas criam sites falsos de leilão, anunciando uma série de produtos por preços bem abaixo do mercado. Depois, pedem transferências e depósitos para assegurar a compra.

  • ️Golpe do acesso remoto

Nesse golpe, também conhecido como “Golpe da Mão Fantasma”, o fraudador pode entrar em contato com a vítima se passando por um falso funcionário de banco. Ele normalmente usa uma série de abordagens para enganar o cliente, dizendo que vai enviar um link para a instalação de um aplicativo que vai solucionar o suposto problema.

Como se proteger?

Mesmo em meio à maior quantidade de informação sobre prevenções à fraude, os executivos destacam, ainda, algumas dicas de como o consumidor pode se proteger. São elas:

  • Nunca realize ligações para números de telefone (0800) recebidos em SMS ou outras mensagens. Ligue sempre para o número da central de atendimento do seu banco ou para o seu gerente para confirmar transações.
  • Os bancos ligam para os clientes para confirmar transações suspeitas, mas nunca pedem informações como senhas, tokens e outros dados pessoais nessas ligações. Os bancos também nunca ligam e pedem para que clientes façam transferências, PIX ou qualquer tipo de pagamento.
  • Se for algo fácil ou bom demais, desconfie. Cuidado com o senso de urgência que os criminosos querem passar.
  • Em uma transação comercial com o uso do Pix, o recebedor sempre deve checar se o dinheiro realmente caiu em sua conta bancária para posteriormente entregar o produto da venda.
  • Habilite a opção “Verificação em duas etapas” no WhatsApp. Configure esse tipo de verificação também em outros aplicativos bancários e que contenham informações importantes.
  • Cuidado com a exposição de dados nas redes sociais, como por exemplo em sorteios e promoções que pedem número de telefone do usuário e outras informações pessoais.
  • Ao receber uma mensagem de algum contato com número novo, certifique-se de que a pessoa realmente mudou o número de telefone. Não faça PIX ou qualquer tipo de transferência até falar com a pessoa que está solicitando dinheiro.
  • Sempre pesquisa sobre a empresa de leilões em sites de reclamação e confira o CNPJ do leiloeiro. Nunca faça transações em sites que não tenham o cadeado de segurança no navegador nem transferências para contas de pessoas físicas.
  • O banco nunca contacta cliente via ligações ou mensagens e pede para que ele instale algum aplicativo. Se isso acontecer, desconfie.

Do g1

Everaldo

Licenciado em Física pelo Instituto Federal do Sertão Pernambucano. Professor de matemática e física do Ensino fundamental e médio da rede estadual de Pernambuco. Jornalista registrado sob o número 6829/PE, o blogueiro Everaldo é casado com Amanda Scarpitta e pai de duas filhas lindas, Kassiane e Kauane. O foco principal do blog é informação com responsabilidade e coerência, doa a quem doer!

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