Serviço público de qualidade X empreguinhos para aliados
Já virou discurso comum a dificuldade que a gestão pública passa para atender, minimamente, o que se determina nos marcos legais instituídos. Saúde, educação e segurança são as obrigações primeiras do serviço público e, no Brasil atual, são expressões da falência do Estado.
Pela característica organizacional, nosso país depende do que a classe política aprova na legislação. São as leis, em princípio, que revelam o que é direito e o que é dever; de quem é o direito e de quem é o dever. É a legislação que determina, estrategicamente, quanto e como será o financiamento dos serviços oferecidos pelos vários poderes. Por isso, passou da hora dos políticos reverem suas condutas.
Um político comprometido com as pessoas e a sociedade deve legislar para qualificar a gestão e o serviço público. A administração moderna precisa fazer mais com menos; precisa investir mais nos serviços e obras e menos na máquina e na burocracia. Legislem por isso, para isso!
Políticos que prometem e correm atrás de empreguismo para “os aliados” estão completamente ultrapassados e oferecem um desastroso problema para as administrações. Trocar apoio político nas votações por colocações para amigos e familiares é trair a representatividade do povo. Precisam ser, urgentemente, expurgados.
Os servidores públicos devem ser profissionais profundamente qualificados, bem remunerados e capazes de produzirem com muita eficiência e eficácia. Aliás, como se bem espera de um trabalhador que possui estabilidade. Ao invés de ampliar os cargos comissionados, a solução é ampliar a autonomia dos servidores de carreira e construir um rigoroso e austero processo de responsabilização para um eventual desvio de conduta.
O Brasil e o seu povo não podem mais esperar. A classe política precisa encontrar uma saída para a imensa desconfiança e descredibilidade que pairam sobre ela. Ou aceitem os sábios ditos populares que dizem: “todo político é igual”.
Carlos Britto.