Médico natural de Araripina morre ao cair do terceiro andar de um prédio na Bahia
O corpo do médico que morreu ao cair do terceiro andar de um prédio ao fugir de um incêndio na Barra foi liberado do Departamento de Polícia Técnica (DPT) na tarde desta sexta-feira (11) após a chegada dos familiares.
Bruno Raphael Bastos Coelho será enterrado na cidade de Araripina, em Pernambuco, onde morava antes de chegar em Salvador. Não há detalhes sobre o velório e sepultamento do médico.
Na madrugada desta sexta-feira (11), um apartamento do andar abaixo de onde Bruno Raphael morava pegou fogo e ele caiu ao tentar sair do imóvel para escapar das chamas.
O médico tinha 32 anos, era natural do estado de Piauí e estava prestes a iniciar o segundo ano do triênio da residência em pediatria no hospital das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID).
Segundo a coordenadora da residência pediátrica do hospital das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), Célia Silvany, Bruno Raphael estaria de plantão na noite em que ocorreu o acidente no edifício onde ele morava.
Célia Silvany revelou que ele foi liberado por causa da morte de um paciente. Segundo ela, Bruno estava abalado com o falecimento de uma criança e não tinha condições para dar expediente.
Célia Silvany comentou que na última conversa entre os dois, ocorrida no início de fevereiro, ele disse estar realizado com as conquistas na carreira profissional e também no âmbito pessoal.
“Foi um rapaz que saiu da cidade dele para morar aqui sozinho. Ele passou esse primeiro ano dizendo que venceu todos os obstáculos, todos os medos. Disse que iria entrar no segundo ano muito mais forte e mais feliz”.
Acidente
Bruno Raphael morreu depois de cair do terceiro andar de um prédio residencial na Rua Presidente Kennedy, no bairro da Barra, para escapar de um incêndio. As chamas iniciaram por volta das 2h30, no segundo andar, e rapidamente se alastraram para os pavimentos superiores, até terem sido controladas pelo Corpo de Bombeiros.
Segundo testemunhas, Bruno dormia no terceiro andar quando o incêndio atingiu o prédio e não percebeu o surgimento do fogo. Ele foi acordado por vizinhos e, no desespero para escapar, tentou sair do apartamento por uma janela e caiu na área da garagem do edifício.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, outras duas pessoas ficaram feridas. Elas foram levadas para o Hospital Português, que também fica na Barra. Não há informações se elas estavam no imóvel que pegou fogo ou em outros apartamentos, nem detalhes sobre o estado de saúde delas.
O delegado responsável pelas investigações do caso, Pedro Andrade, disse que, por volta das 8h, a família do médico ainda não tinha sido informada do ocorrido.
Segundo ele, o incêndio pode ter começado após um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado, o que será confirmado somente após a perícia. O delegado acrescentou que uma terceira pessoa ficou ferida, a síndica do prédio, que teve um problema no pé durante a correria.
Andrade pontuou que, segundo as apurações iniciais, o médico acordou assustado com o incêndio no andar inferior. Com os gritos dos vizinhos, o barulho e a fumaça que invadiu o imóvel onde ele morava, Bruno tentou sair pela janela, trajando cueca e enrolado em um lençol.
A Defesa Civil de Salvador (Codesal) realizou vistoria no apartamento atingido pelo incêndio. Segundo o laudo técnico do órgão, não houve danos na estrutura do prédio.
O caso será investigado pela 14ª Delegacia Territorial, no bairro da Barra.
Despedidas
As Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) divulgaram uma carta de pesar pela morte do profissional. No texto, a unidade ressaltou as qualidades do médico e salientou que era uma pessoa querida pelos colegas e pacientes e “dono do melhor abraço do mundo”.
O Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb) também publicou uma nota e disse que a entidade está consternada com o acidente e morte, além de manifestar solidariedade aos parentes e amigos.
Uma missa está prevista para a próxima terça-feira (15), às 8h30, em homenagem ao médico, na capela das Obras Sociais Irmã Dulce.
Veja mais notícias do estado no g1 Bahia.